domingo, 18 de maio de 2014

Caravana total: pesquisando futebol, assistindo futebol, comendo, bebendo...


Uma semana quase inteira de futebol.

Assisti a algumas mesas de apresentação de trabalho sobre futebol. Coordenei uma mesa sobre.... futebol.

E assisti a um jogo de .... futebol

Futebol, futebol e mais futebol.

Que semana incrível e deliciosa de ser vivida, ainda mais acompanha por amigos e apaixonados por futebol.

Sinto-me uma privilegiada.

A Caravana esteve presente no II Simpósio Internacional de Estudos Sobre Futebol. Expressões, Memórias, Resistências e Rivalidades, que durou de 13 a 16 de maio de 2014.




Esse evento reuniu diversos pesquisadores de diferentes áreas e que têm o futebol como objeto de pesquisa. Estudos relativos a questões de gênero, torcida, política, imprensa e outros aspectos foram apresentados em mesas coordenadas.

Eu apresentei um trabalho sobre a Caravana, nem tanto como pesquisa acadêmica propriamente dita, mas como experiência a qual desejava compartilhar com pesquisadores e plateia em geral.

Foi muito bacana a apresentação feita em uma mesa coordenada por Bernardo Buarque de Holanda, a quem admiro imensamente.

A recepção da apresentação foi muito boa, sobretudo, em termos de contatos para futuras Caravanas fora do Rio de Janeiro.

Minha mesa também contou com a participação de Cristal Aragão que falou da Torcida Loucos pelo Botafogo, sob a perspectiva da Psicologia Social.

Muito interessante tanto pela competência da pesquisadora e também pela perspectiva metodológica fundada em área que ainda tem muito a contribuir para os estudos sobre o futebol - e os esportes de um modo geral - que é a Psicologia.

De um modo geral, o evento foi ótimo e aguardamos o próximo daqui a 4 anos.

Ao longo do evento comi muito em lugares variados, passeei por São Paulo e obviamente não perdi a oportunidade de pela primeira vez assistir a um jogo no Pacaembu.


Chegando em São Paulo


Tenho um razoável medo de avião, mas tenho um razoável prazer em viajar nesse veículo.

Essa mistura de sentimentos lembra a experiência do torcer: mistura de medo e fascínio, sentimentos que como gangorra ficam balançado dentro da gente:



No primeiro dia fiquei trancada no hotel escrevendo.

Mas já no segundo, desabrochei e saí do casulo. Junto com Martin fui fazer  credenciamento para o evento que ocorreu no Museu do Futebol que naquele dia recebia uma caravana de crianças estudantes de escolas públicas:

O Museu fica no Estádio do Pacaembu que para minha sorte receberia um jogo da Copa do Brasil, Palmeiras X Sampaio Correia. Aproveitando a ocasião, comprei ingressos para evitar o desgaste de comprar na hora do jogo, já que no dia seguinte o Seminário ocorreria na USP.





Paguei meia-entrada, o que deu R$ 20, 00 (Promoção para quem tinha cartão de um determinado banco), pelo ingresso para as arquibancadas amarelas. Não achei caro o preço pensando que se tratava de um jogo decisivo da Copa do Brasil. E sobretudo pensando que se tratava de uma grande conquista para meu currículo futebolístico: assistir a um jogo no Pacaembu.


RUMO AOS BOTECOS

Lá nos encontramos com Enrico Spaggiari, também pesquisador, e antes de tudo grande conhecedor dos bares de São Paulo.


Enrico nos levou para conhecer o bar Português Tiro-Liro, localizado no bairro Perdizes, que concorreu ao Comida di Buteco












Também se comemora o vice-campeonato...

Enrico tentando fazer pose de intelectual.
Embora tenha um nome que remeta a raízes italianas, Enrico é Corintiano.




Barquinha Tiro Liro concorreu ao Comida di Buteco. Trata-se de uma massa recheada com camarão coberta com creme e gratinada




BAR SÃO CRISTÓVÃO

Após o Tiro Liro passamos em um bar quase que obrigatório para quem gosta de futebol: o Bar São Cristóvão, em referência ao time carioca, cujo dono é um Vascaíno.


Ahhh, bons tempos...




 







Foi só uma passadinha rápida, porque no dia seguinte pela manhã tinha apresentação de trabalho no Departamento de História da USP.


DIA DE SIMPÓSIO


Já na chegada a USP somos recepcionados por cartazes convocando para uma manifestação contra a Copa do Mundo.



A Copa se fazia tema presente também no Departamento de História, tanto por Conta do Seminário quanto pelos cartazes espalhados pelo prédio











Ao mesmo tempo tínhamos o Simpósio






O LUDENS

Tive a oportunidade de visitar  a sede do Ludens - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas - um dos organizadores do Simpósio. O Ludens é um dos mais importantes núcleos de pesquisa sobre esporte e aos interessados vale a pena dar uma olhada no site: http://www.usp.br/ludens/

A sede física é muito bacana e com uma decoração invejável:
















 

AVENTURAS GASTRONÔMICAS

Após a apresentação no Seminário Eu, Martin e Renato, um flamenguista fanático que tem uma dissertação de mestrado sobre o Fluminense, fomos ao centro de São Paulo à procura de uma indicação do Enrico: um restaurante Nigeriano.

Não pensem que se trata de um lugar fino, só por se tratar de um restaurante especializado em comida estrangeira.

Também não se deixem enganar pela aparência simples do local. O Biyou'Z é um ótimo restaurante com pratos bem servidos e preços honestíssimos.

Um restaurante Nigeriano comandado por um Camaronês simpaticíssimo.












Esse foi o prato que mais gostei, o DG, bananas, cenoura e galinha





 O entorno do Restaurante, mistura uma arquitetura linda com prédios abandonados.


De lá fomos para mais uma parada do Simpósio, desta vez na FGV de São Paulo. Lá organizou-se uma mesa redonda objetivando criar uma rede de contatos entre pesquisadores de futebol:



De lá fomos direto para o Pacaembu


PALMEIRAS X SAMPAIO CORREA

Noite fria, muito fria em São Paulo. Cansados do longo dia juntamos nossas forças para irmos ao Pacaembu.

A Caravana foi grande. A ela se juntou nossos colegas Renato Lanna, com a camisa retrô do América e André, tricolor do Rio de Janeiro.




 Do lado de fora do Pacaembu são várias as vans e carros que ficam enfileirados com os porta-malas abertos devidamente iluminados





Essas vans e carros  vendem sanduíches especialmente o de peru, os Dogs (cachorro quente) e os de linguiça. Experimentei o famoso sanduíche de peru:









O entorno do Pacaembu é alto e lá de cima era possível ver a torcida se reunindo na Praça Charles Miller, em frente ao estádio:








Do lado de fora os preços eram mais baratos...




Achei ótima a presença da torcida do Sampaio no Pacaembu. Certamente alguns secadores estavam a eles unidos, mas ao que parece a grande maioria era formada pelo pessoal do Maranhão:




Mas obviamente que a maioria era de palmeirense


Embora sempre questionada, as torcidas organizadas gozam de certo prestígio entre os torcedores. Era grande o número de pessoas que queriam posar tendo como fundo a bandeira da Mancha Verde







Eu e Martin, sabíamos que não conseguiríamos assistir ao jogo todo, o que particularmente não gosto de fazer. Mas o jogo começou às 22h e precisávamos pegar o metrô para voltarmos pro hotel em que estávamos hospedados. O metrô, em São Paulo, fica aberto até às 00 h. E do Pacaembu até o metrô mais próximo (Estação Clínicas) há uma distância razoável.


Assistimos ao primeiro tempo que consistiu em muitos passes errados, muita bola chutada em direção às arquibancada, enfim .... coisas desse tipo.

Mesmo com o grande frio em São Paulo torcedores davam mostras de resistência e aproveitavam para mostrar sua forte ligação com o Palmeiras:



De fato o entorno estava mais interessante que o que acontecia em campo



O jogo no primeiro tempo dava sono:



 Esperamos o recomeço do segundo tempo e já aos 10 minutos decidimos ir embora antes que o metrô fechasse.

Na rua indo em direção ao metrô ouvimos os gritos do primeiro gol....

Jogos às 22h podem ser bons para assistir pela TV - eu pelo menos gosto - mas não são nada fáceis de serem vistos no estádio, a não ser que você tenha carro ou conte com uma carona amiga. Caso contrário é correr o risco de pagar por pouco mais da metade de um jogo.

Pelo rádio soube que o Palmeiras venceu por 3 x 0.

Os resultados à vezes enganam.

O primeiro tempo pelo menos dava a impressão de que o jogo terminaria 0 x 0.

Mas algo ocorreu no segundo tempo que não podemos dizer porque saímos logo no início.

Gostaria de ter ficado até o final.

Mas assistir um jogo  - ou parte de - no charmoso e histórico Pacaembu consistiu para mim em uma vitória, gosto parecido com que o deve ter sentido os jogadores do Sampaio que infelizmente costuma ter poucas chances de experimentarem jogar nas principais praças esportivas do país.

E é por isso que eu adoro a Copa do Brasil, por viabilizar essas experiências tanto aos times quanto aos torcedores.







Nenhum comentário:

Postar um comentário