quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

DE VOLTA A OLARIA: AUDAX X QUISSAMÃ




Tive o prazer de voltar a Olaria, de voltar ao estádio Antônio Mourão Vieira Filho.  Uma pena que não foi para ver o Olaria jogar. Mesmo assim valeu. Foi um jogo divertidíssimo e um pós-jogo antológico.

Foi uma Caravana deliciosa, mas também a Caravana que mais me exigiu, afinal naquele mesmo domingo, o Vasco jogava uma partida importante contra o Duque de Caxias.

Não lembro a última vez que deixei de assistir a um jogo importante do Vasco.

Foi uma interessante experiência tanto em nível individual como enquanto pesquisadora

Portanto, houve um quê de melancolia que me acompanhou por Olaria. Para onde olhava, pensava no Vasco:


O clube e o Estádio

Dia quente, piscinas cheias, cheiro de churrasco e futebol. Assim era o clima do Olaria no domingo passado.
Nessa segunda visita pude observar e ir em busca de algumas curiosidades. Pude por exemplo, observar melhor a sala de troféus do Olaria. 

Me chamou bastante atenção troféus ganhos durante os Jogos da Primavera. Essa competição foi organizada pelo Jornal dos Sports, especificamente seu dono Mário Filho. Trata-se de uma competição que durante alguns anos de algum modo contribui para uma maior visibilidade da prática de esportes por mulheres. Aída dos Santos, 4º lugar no salto em altura das Olimpíadas de Tóquio, participou de algumas edições dos Jogos da Primavera.

O Olaria também teve seus representantes na competição que abarcava diversas modalidades. E o basquete, que como já vimos é uma modalidade forte na história do clube, também se destacou nos Jogos da Primavera:


Troféu de campeão de Basquete Feminino

A conquista do Olaria, em 1958, noticiada pelo Jornal dos Sports
(Fonte: http://esporterio.blogspot.com.br/2008/10/olaria-ac-campeo-dos-jogos-da-primavera.html)


Gosto dessas marcas da história. Essas marcas são especiais, tornam os clubes espaços de memória. E para uma pesquisadora esses objetos às vezes podem parecer uma espécie de tesouro. 


Diferentemente da primeira visita, para melhor conhecer o Estádio fui além das sociais. Percorri diversas partes, inclusive a das arquibancadas destinadas à torcida do Quissamã e que estava tomada pelo sol.

Pude notar com a ajuda de Carol um detalhe impressionante: o estádio do Olaria é todo revestido de mármore. Se temos os vitrais das Laranjeiras temos o mármore da Bariri:

Não sei exatamente qual seria a finalidade dessa estrutura inacabada, mas chama atenção o fato de ela ser completamente de mármore


Revestimento de mármore

 Outra curiosidade são esses bancos antigos de praça que ficam dispostos de frente para esses campos de pelada e de costas para o campo de futebol:

Notem que esses bancos estão de costas para o gramado do estádio, mas de frente para o campo onde se jogam algumas peladas







AS TORCIDAS

Foram 433 presentes no estádio. E a maioria das pessoas estava na parte da torcida do Audax.

Eu esperava um público menor. Bem menor.

Na verdade saí de casa achando que somente nós do Caravana estaríamos presentes no estádio. Mas para minha surpresa, enfrentei fila para comprar ingresso, algo inédito nos jogos vistos até aqui:

Essa fila provavelmente se justifica pelo fato de eu ter chegado ao estádio quase que ao mesmo tempo que a torcida do Quissamã: 



               
A torcida do Audax ficou nas sociais do Olaria. Lá ganhamos camisa, chaveiro e durante o intervalo tínhamos que ouvir o hino do clube tocar ininterruptamente:





Durante o intervalo, o mascote do Audax também aparecia e logo, logo era cercado de pessoas que queriam tirar foro ao seu lado:


Além do mascote o torcedor chamado Cachorrão marcou presença:




Do outro lado estava a torcida do Quissamã debaixo de um forte sol:



Todos deram um tempo no intervalo:


Os tambores ficaram, mas a torcida foi se refrescar:




No topo do estádio:

Lá embaixo está a Rua Bariri

Olha o pessoal da janela.....

Mas havia espaços com sombra onde a torcida do Quisssamã podia ficar:

Esses são corredores que separam os campos sintéticos de futebol e o gramado do jogo
Fiquei nesse corredor até o fim do jogo.

Havia alguns parentes de jogadores, mas havia também gente interessada em assistir ao jogo, como por exemplo, D. Dulce, uma simpática senhora com a qual conversei grande parte do segundo tempo.

Enquanto assistia ao jogo, D. Dulce ligava ou recebia ligações do seu filho, Vascaíno que preferiu ficar em Macaé para assistir à partida entre Vasco e Duque de Caxias.  Essas ligações eram feitas basicamente para troca de informações sobre os jogos.

Apaixonada por futebol D. Dulce acompanha o Quissamã em suas viagens, há pelo menos 4 anos. Entre seus oito irmão é a única que gosta de futebol e não sem motivos acabou se casando com um ex-jogador.

Para quem não sabe – como eu não sabia – o Quissamã é um clube antigo, sua fundação data de 1919!, mas somente em 2006 entrou para o mundo do profissionalismo. Antes de se tornar profissional, o Quissamã atuava em campeonatos da Liga Macaense de Desportos, criada em 1942, e até existente até hoje. 


O jogo

O melhor de todos até o momento, em compensação o que eu menos vi.

Mas um forte indício de que estou com a razão é fato de Carol ter ficado acordada, o jogo todo:




Os dois times queriam vencer, embora com recursos por vezes limitados, ambas as equipes se arriscaram a perder, o que tornou o jogo divertido e muito disputado.

Se as equipes tivessem um bom atacante, certamente o resultado final não seria o 0x0.
 Entretanto essa opinião é bastante limitada – como quase todas as minhas opiniões em nível técnico.


Passei grande parte do jogo rondando o estádio acompanhada do meu radinho:



Após o fim do jogo muitas pessoas foram para a frente da TV, inclusive eu:


O pós-jogo

Inicialmente nossa ideia era comermos no Original do Braz. Mas para nossa decepção o Original estava fechado. Seguimos viagem então:

AS belezas do subúrbio leopoldinense

Decidimos ir a procura de um recanto que obedecesse o espírito do Caravana e Martin teve a grande ideia de irmos ao Pavão Azul, um tradicional pé sujo de Copacabana onde pudemos terminar o Caravana comendo deliciosas comidinhas:


Assim nos despedimos.....






segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O MELHOR PASSEIO, O PIOR JOGO: BOA VISTA X OLARIA



Nesta rodada o Caravana fez a sua mais longa viagem. E a melhor de todas.

Obviamente que se trata de um ponto de vista subjetivo, já que a viagem para Saquarema uniu coisas que que estão no topo da minha lista: amigos, futebol, comida e praia... não necessariamente nesta ordem.

Sei que dois integrantes desta Caravana, assim como diversas outras pessoas podem discordar da minha lista.

Mas a subjetividade é inevitável e neste caso não é nada mais do que um detalhe neste breve comentário inicial que faço.

Vamos para apontamentos de maior relevância.


 Saquarema, lá vamos nós
 Esta Caravana foi a mais numerosa de todas. Martin, Carol, eu e  finalmente pudemos contar com a ilustre presença de Lugui, nosso amigo do NEPESS.

  No comando do carro estava Carol e com ela seguimos rumo a Saquerema.

Passamos pelo meu querido Maraca....



   Todos no carro tiveram que encontrar um modo de lidar com meu imenso mau humor, provavelmente provocado pelo fato de eu ter acordado cedo demais para um sábado. 

Martin optou por falar muito
Lugui optou por ficar cantando
e Carol graças a Deus preferiu prestar atenção somente na estrada.

O caminho até Saquarema é longo, cansativo e parte dele perigoso já que tivemos que andar por uma estrada muito estreita, com muitos buracos e curvas apertadas.
 

Graças a Deus chegamos bem. Vivos e por incrível que pareça, animados (inclusive eu).
Fomos recebidos por um escaldante sol e por uma pérola:

O Bacaxá Esporte Clube.

Agradecimento especial a Martin Curi que me cedeu essa fotoque também pode ser vista no bloghttp://imlanddesfussballs.blogspot.com.br/








Como podemos ver na foto, a entrada do clube ostenta seu escudo:


Fiz de tudo para obter informações sobre esse clube. Nessa busca consegui encontrar pequenos indícios de que o Bacaxá participa de alguns campeonatos amadores de Saquarema. Nada mais.

Bacaxá é um distrito de Saquarema onde se localiza o Estádio Eucy Resende de Mendonça que daqui a pouco conheceremos melhor.
 Antes, temos praia e comidinhas:

Praia de SAQUEREMA

Antes do jogo fomos à praia de Saquarema. Paramos no Bar do Pipico, um aprazível lugar, simples, tipicamente praiano e com gostosuras que enchiam os olhos:
Foi no Pipico que montamos a sede social do Caravanas:
 



Na sede social tivemos a sessão: Tá com nojinho.....?

Com os copos devidamente lavados: sessão deliçuras
  


Após essa orgia gastronômica, fomos para a praia:
 A praia de Saquarema é maravilhosa, recomendo a todos que gostam do mar.
 
A água é geladíiiiiiisima e muito limpa.
 Lugui, Martin (o Alemão tá de calça!) e Carol

 Eu! Martin (ainda de  calça!) e Carol



Ah!, mas o tempo passa rápido quando nos divertimos.

Nosso passeio na praia teve que ser curto. Havia um jogo nos esperando.


BOA VISTA X OLARIA

 Quando se fala em futebol da Região dos Lagos, o que me vem à mente é a Cabofriense que neste ano está na série B.
A região dos Lagos agora é representada pelo BoaVista.
Esse clube é recente, mais especificamente de 2004. O BoaVista nada mais é do que o antigo Esporte Clube Barreira, que foi rebatizado quando um grupo de empresários passou a administrá-lo.


O Barreira foi fundado na década de 1960 e tinha esse belo escudo:
Fonte: http://www.escudosonline.com/america_sul/Brasil/rio_janeiro/clubes_brasil_rio_janeiro_barreira.htm
Foi pelo Barreiro que o jogador Andrade encerrou sua carreira, em 1995. Nesse ano e em 1996, o Barreia jogou o campeonato Carioca. Infelizmente não encontrei fotos desse glorioso momento. 

 Após a chegada dos empresários, nasceu o BoaVista Sport Club. Notem o uso dos termos em inglês Sport e Club, algo extremamente comum no final do século XIX e início do XX. Nessa época diversos termos do futebol ainda não haviam sido traduzidos e além disso manter o termo em inglês era um símbolo de status.
Hoje em dia, a opção pelo uso dos termos em Inglês faz sentido em um contexto globalizado como é o nosso:
Fonte: http://www.escudosonline.com/america_sul/Brasil/rio_janeiro/clubes_brasil_rio_janeiro_barreira.htm
Um dos fundadores do BoaVista foi José Luiz de Magalhães Lins, empresário bem sucedido no ramo das academias de ginástica. Nascido da união de duas das mais tradicionais famílias do país - Nininha Magalhães Lins, herdeira da família Nabuco e dos Mello Franco, e filho do ex-banqueiro José Luiz de Magalhães Lins  - José Luiz de Magalhães Lins tinha como objetivo fazer do BoaVista uma espécie de São Caetano como certa vez declarou:
"Não temos setor social, conselheiros, nem outras burocracias. O clube é comandado como uma empresa, e tem tudo para ser o São Caetano do Rio" (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1193952-corpo-do-empresario-jose-luca-magalhaes-lins-e-enterrado-no-rio.shtml)
Por enquanto, o Boa Vista trilha caminhos mais modestos e segue esses caminhos sem seu fundador. Em 2012, José Luiz, ou Zé Luca, como gostava de ser chamado, faleceu em decorrência de um câncer. Por esse motivo a camisa o Boa Vista lhe prestou uma homenagem ao por seu nome no uniforme de 2013, como veremos mais adiante.

O time que for campeão do Cariocão de 2013 levantará a Taça “Troféu José Luiz de Magalhães Lins Filho”, uma homenagem prestada pela FERJ (http://fferj.com.br/noticias/trofeu-do-carioca-2013-levara-o-nome-de-jose-luiz-de-magalhaes-lins-filho.html)



O ESTÁDIO





O estádio no qual o BoaVista realiza seus jogos chama-se

 Eucy Resende de Mendonça,
ou simplesmente Eucyzão.


Sigamos Carol e Lugui:
 

Obs: A filmagem é minha.... por isso está assim.
 
Estacionar em cima da calçada: única solução possível. Não há estacionamento no local e as ruas são tão apertadas que só nos resta a calçada.




 
Estou na bilheteria, lado de dentro. Aqui dá para ver como o Ecyzão está um pouco abandonado. Poeria e gavetas com papel de bala.


 Visão de um bilheteiro ou de uma bilheteira.











Esse lixo já estava ali quando eu cheguei. Essa gaiola de passarinho também. Aliás o que essa gaiola fazia ali?

Essa era a minha visão do jogo: grades, pilastra.... e o LuguiL



Fugi da aranha e fui cercada por formigas!




 A torcida

Acho tão óbvio que não se deve entrar armado nos lugares, inclusive os estádio, que às vezes me espanto com avisos desse tipo


 Tivemos um pouco mais de 200 pessoas presentes no estádio.  


 Públicos pequenos são previsíveis em jogos de pouco apelo, o que pode ser agravado em caso de jogos realizados às 17h – na verdade 16h, pois era horário de verão – com intenso sol sob nossas cabeças.

Se jogar sob sol forte é difícil, assistir também o é. E eu já tinha ido à praia, queria sombra. E consegui sombra na Tribuna, teoricamente o lugar mais privilegiado de um estádio....



Legenda: Aqui nesta tribuna só se torce para o Boavista....


Adivinhem... Sim, são as cadeiras do Maracanã!





Havia uma boa presença da chamada Torcida Organizada que já se encontrava na porta do estádio, minutos antes do jogo.
 
No estádio, foi a torcida mais agitada que vi nesses jogos que tenho visitado:


Eles tinham até um bandeirão:








O JOGO

Acho que posso resumir o jogo em uma pergunta: 

O que dizer de um jogo em que o povo vibra quando Somália entra?

Esse jogo foi pior que pinga de fazer quentão, como diria Osvaldo Pascoal


O gol saiu logo no início e depois só canelada....

Se o time do Olaria fosse um pouquinho melhor, pelo menos teria empatado. Mas o Olaria tem um time extremamente limitado. 


 
Vendo o Olaria jogar percebo que o Vasco não é tão ruim assim...



O jogo foi um festival de passes errados, carrinhos, bolas chutadas nas direções mais bizarras possíveis. 

Cheguei a pensar que a bola estava com defeito de fabricação

  Se pelo menos eu tivesse facilidade de dormir....




 Fui então para o alambrado ver de perto o jogo.

Mas se o jogo estava ruim, o que fui fazer perto dele?

Tirar fotos  






Tão solitária......





Mas veio a recompensa.....
 Vi Somália de pertinho..... Ai que emoção

Notem que na camisa dele está escrito Zé Luca. Essa é a homenagem ao fundador do BoaVista da qual havia mencionado no início do blog

 Mas tinha coisa melhor que Somália. Aliás, sempre tem.
                                                                              Tipo, o céu .....

ACABOU!!!!! ACABOU!!!!!




 

  
O retorno: "Eu prefiro as curvas da estrada de Santos..."








Ufa, ufa, fim das curvas.

Tchau Saquarema.... Caravanas se despede.