domingo, 26 de maio de 2013

CARAVANA: O RETORNO. Bonsucesso x Serra Macaense; Champions League; Vasco X Portuguesa e Bar da Portuguesa

SIM!

A Caravana voltou.

Após ficar estacionada por quase duas semanas, a Caravana voltou para as ruas e para os estádios.

Este retorno foi em grande estilo.

Há dias em que acredito na existência do paraíso. E hoje foi um desses dias, afinal tivemos uma belíssima tarde de outono com sol radiante e friozinho do bom.

E melhor: hoje foi um dia de altíssima orgia gastronômica e muuuuuito futebol.

Futebol para todos os gostos.

De carro cortamos o subúrbio: eu e Carol.

E pela TV chegamos à Inglaterra.

A Inglaterra foi o palco de Bayern X Borussia, que assistimos apenas ao finalzinho, pois a partida foi no mesmo horário que Bonsucesso X Serra Macaense, jogo aguardado com ansiedade por mim (não posso fazer a mesma afirmativa em nome de Carol.

Esta Caravana começou por onde costuma terminar: pelo estômago.


INDO


Esta Caravana nos deu uma das melhores experiências gastronômicas dos últimos tempos.

Protegidas por uma frondosa castanheira comemos, comemos, bebemos, bebemos:




sardinha frita

bolinho de bacalhau e pastel de camarão

Tubarel (é como se fosse um Risole de camarão. De-li-ci-o-so

croquete de carne de porco


Salada de bacalhau

Esse é o cardápio do  bar da Portuguesa que se orgulha de ter siso frequentado por Pixinguinha


Mas além da comida o ambiente era fascinante.... obviamente que amei

me senti em casa

mais Pixinguinha

Viva São Jorge! Faltou Santo Expedito....



E tinha TV passando a final da Champions:



A final da Champions explica a ausência do Martin, fanático torcedor do Bayern.

Bem que eu gostaria de ver a final da Liga, mas não torço para nenhum dos times envolvidos.

Levando em consideração a proposta da Caravana em visitar circuitos alternativos e levando em consideração o fato de que o estádio do Bonsucesso quase sempre fica fechado para o público, pensei que não podia perder a oportunidade de ir a Av. Teixeira de Castro prestigiar o Rubro-Anil da Leopoldina.

Comi tanto que me atrasei.

Chegamos ao estádio quando o primeiro tempo estava terminando.

Mas chegamos.

O estádio se localiza no coração de Bonsucesso, entre as ruas Teixeira de Castro e Rua Bonsucesso. É muito fácil chegar de carro, de ônibus (há diversas linhas que passam em frente ao clube) e de trem:

como é possível perceber pelo mapa o Clube é muito bem localizado e nem um pouco difícil de chegar


O clube fica cercado de diversos tipos de comércio e se não fosse essa torrezinha, talvez nos perdéssemos




Já disse que adoro essas placas? Dei de cara com uma delas na bilheteria:




Com pressa e ansiosa, fui ver o jogo e o estádio.


O CLUBE E O ESTÁDIO

Em outubro, o Bonsucesso soprará as velinhas de aniversário de 100 anos!


Trata-se de um clube de subúrbio assim como Olaria, Bangu, São Cristóvão que historicamente dão mostras da expansão do futebol e dos clubes para além das linhas da zona sul. Expansão já visível na década de 1910.

O primeiro campo do Bonsucesso localizava-se na atual  Praça das Nações e nesse mesmo lugar realizou sua primeira partida contra o time do Riachuelo.

O time rubro anil venceu.

Em 1927, o time do Bonsucesso passou a jogar em um campo localizado na Avenida dos Democráticos e já 1929 é que surgiu o campo da Teixeira de Castro, onde o clube permanece até hoje.

A construção do estádio foi lenta, primeiramente construiu-se a parte das sociais como se pode ver na foto abaixo de 1938

http://fanaticospelocesso.blogspot.com/2012/05/coluna-opiniao-e-historia-com-george_25.html

     Em  29 de junho de 1947 faz-se uma arquibancada de concreto e o estádio  passou a ser conhecido como o Estádio da Rua Teixeira de Castro.

     Na década de 1980 o estádio muda de nome e passa a se chamar Rubens de Araújo Reis e somente nos anos 2000 com a morte de Leônidas, o estádio passa a ter o nome daquele que foi o seu maior jogador ((http://fanaticospelocesso.blogspot.com/2012/05/coluna-opiniao-e-historia-com-george_25.htmlhttp://fanaticospelocesso.blogspot.com/2012/05/coluna-opiniao-e-historia-com-george_25.html

      Esta foto assim como as informações aqui escritas têm como fonte o site (http://fanaticospelocesso.blogspot.com)

                Nesse site há uma seção intitulada Acervo Rubro Anil:

http://acervorubroanil.blogspot.com


         Trata-se de um trabalho fabuloso do professor de Geografia George Joaquim que também é um fanático torcedor do Bonsucesso.


        Nessa página há preciosidades como por exemplo algumas edições da Revista Rubro Anil, o "orgão official do Bomsucesso foot-ball club"
 (http://acervorubroanil.blogspot.com/2011/08/revista-rubro-anil-orgao-official-do_29.html)



Simplesmente, fascinante.
(Fonte: http://acervorubroanil.blogspot.com/2011/08/revista-rubro-anil-orgao-official-do_29.html)

              Abaixo temos uma página da Revista na qual é anunciada a participação de ciclistas do Bonsucesso em uma competição realizada pelo Vasco. Fontes desse tipo mostram que os clubes não viviam apenas de futebol, mas eram espaços esportivos importantes e representativos de uma região:




http://acervorubroanil.blogspot.com/2011/08/revista-rubro-anil-orgao-official-do_29.html


Leônidas, um capítulo à parte na história do Bonsucesso

Impossível entrar no clube sem lembrar de Leônidas da Silva, o Diamante Negro, um dos mais importantes jogadores da história do futebol brasileiro.

Leônidas jogou pelas copas de 1934 e 1938 e somente não jogou outra Copa por causa da 2a guerra mundial.

Leônidas é representante de um período político fundamental do futebol brasileiro, marcado pela transição do amadorismo para o profissionalismo. 

Foi como jogador do Bonsucesso que Leônidas fez os dois gols da vitória do Brasil sobre o Uruguai, vitória que fez a seleção campeã da Copa Rio Brando de 1932, conquista narrada no livro de Mário Filho Copa Rio Branco, 32.

Nesse livro Mário conta que certa vez Leônidas "plantou uma bananeira e prendeu a bola entre os dois pés" (p.41)

Não importa a veracidade do relato, o que importa que ele nos dá a dimensão do imaginário que cercava a figura de Leônidas. Imaginário alimentado pela grande habilidade do jogador do Bonsucesso.

Em 1930, quando chega ao Bonsuça, Leônidas já tinha fama pelo subúrbio do Rio, a ponto de se dar ao luxo de fazer algumas exigências para jogar no clube:

Para jogar no Bonsucesso, Leônidas queria dois ternos - um de linho branco, importado, e outro de camisa azul inglesa - dois pares de sapatos - um de duas cores e um preto -; 600 mil reis por mês e ainda um conjunto de peletó listrado com calça de flanela, que era última moda. Leônidas ainda fazia questão que os sapatos fossem comprados a sapataria do seu Claudionor, tesoureiro do Bonsucesso. Eles custavam nada menos que 40 mil reis e iriam garantir a elegância necessária para seus passeios (André Ribeiro. O Diamante eterno. Biografia de Leônidas da Silva. Rio de Janeiro: Gryphus, 1999, p.16)

 
      Em 1932, Leônidas foi comprado pelo Penãrol e lá viveu momentos muito difíceis em sua carreira, retornando ao Brasil já em 1934, para jogar pelo Vasco.

      Mesmo que tenha sido pouco o tempo de permanência de Leônidas no Bonsucesso, sua figura é reverenciada no clube, tanto que o estádio em 2004 passou a ter seu nome:

Leônidas com a camisa do Bonsucesso (Fonte:http://tardesdepacaembu.wordpress.com/2013/04/23/leonidas-da-silva-o-diamante-de-borracha/)

Sob o belo sol de sábado, reluzia o nome de Leônidas.

Além de Leônidas o Bonsucesso pode se orgulhar de seu hino feito por Lamartine Babo:


 

Letra do hino:
 
Para a torcida rubro-anil
Palmas eu peço (clap! clap!)
Na Leopoldina em cada esquina
Quem domina é o Bonsucesso
Lá surgiu um jogador sensacional
Surgiu Leônidas, o maioral!
Quando a turma joga em casa
A linha arrasa
Que baile... Que troça!
A torcida grita em coro
Não há choro
A vitória hoje é nossa
 
 
 
 
 
No estádio tive que me dividir entre tirar fotos percorrendo o estádio e ao mesmo tempo assistir ao jogo. Como eu havia chegado no  final do intervalo do jogo, eu tinha pouco tempo.
Saí pelo estádio com minha câmera até que uma funcionária do clube veio me perguntar os motivos de tantas fotos.
Disse a verdade: que eu tinha um blog, que eu era pesquisadora e apaixonada por futebol.
Entendo perfeitamente que uma câmera de fotografia pode gerar curiosidade e até mesmo desconfiança.
Mas em nenhum momento fui impedida de continuar a fotografar, por isso tirei diversas fotos:
 
 
 
 













 


 



 


Lá do campo podemos observar dois importantes pontos turísticos da cidade.

E como disse Lamartine, para a torcida Rubro Anil palmas eu peço....






E o jogo?

Pouco vi, mas o pouco que vi foi emocionante porque o Serra Macaense por muito pouco não empatou o jogo.

Mas antes que isso acontecesse, o juiz deu o apito final:

 
 
 
Saí do estádio pensando que às vésperas de seu centenário, o Bonsucesso merece um futuro melhor.

Temos a tendência de exaltar o futebol inglês e seus estádios ultramodernos.

Estádio ultramodernos são ótimos e têm seu lugar no vasto gosto torcedor.

Mas o que me encanta no futebol inglês é ver clubes como o Aston Villa, fundado ainda no final do século XIX, possuem seus estádios bonitinhos e prontos para receberem seus torcedores e outros espectadores.

Conversando com um funcionário do clube ouvi: "A 2a divisão precisa ser mais divulgada ... ninguém olha para a gente".

Digo mais:

Um estádio e um clube como o Bonsucesso que já teve Leônidas em seu plantel tem seu lugar no mapa futebolístico nacional. Mapa que precisa se democratizar imediatamente.

Enquanto isso, em 2013, o Cesso segue líder da Copa Corcovado e forte no caminho para a conquista do título.


Depois do Jogo

Saí do jogo e fui em busca de uma camisa oficial do Bonsucesso. Infelizmente a loja estava fechada.

Mas eu voltarei.

A Champions


Bem... com sede e curiosa por saber o resultado da Champions fui para um bar em frente ao clube.

Pude notar que 90% por cento das pessoas que assistiam torciam para o Borussia.

Mas de nada adiantou:




As imagens falam por si.

Parabéns Martin!


Rumo a São Janu!

Depois de sede e curiosidade saciadas fui para São Januário completando a mais longa Caravana.

Estava há meses sem ver o Vasco, há meses sem ver São Janu.

Mas como disse Roberto Carlos: EU VOLTEI....



Muita saudade!





Torcendo descalças. Nova modalidade de torcer? Será que é superstição? Tava tão frio sábado....



Manias: Carol e fotos com mascotes




O de sempre: minhas fotos óbvias.
 



São Januário! Não vire arena!!!!



 

 
Depois de tanto futebol pensei ou eu me enjoo de futebol ou então me apaixono mais ainda.

O que será que vai acontecer?

 
Até a próxima caravana.




 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Uma Caravana diferente: Final da Taça Rio, Botafogo X Fluminense

A Caravana do final de semana passado foi bem diferente.

Diferente em comparação a tudo que foi feito até agora. Afinal viajamos, fomos a diversos estádio de dentro e de fora do Rio e aí quando chega a Final da Taça Rio, a Caravana resolve ficar parada, sentada em uma cadeira de bar.

Sentamos em cadeiras de bar após os jogos, após visitarmos os estádios, assistirmos aos jogos diretamente das arquibancadas.

é verdade que no jogo Portuguesa e Americano ficamos do lado de fora, exceto o alemão Martin que conseguiu entrar.

Mas desta vez, ficar de fora de um estádio foi uma escolha nossa.

Um dos motivos foi o cansaço de ir a Volta Redonda, para assistir ao jogo de semifinal entre Resende e Botafogo.

Estávamos cansados e sem disposição para outra viagem tão longa. Preferimos ficar no Rio e assistir ao jogo pela TV. Mas juntos, comendo, bebendo e falando.

Tivemos uma convidada especial: Michele, nossa amiga diretamente importada dos EUA. Michele entende pouco de esportes, mas fora essa lacuna, ela manda bem em culinária, em geografia carioca e tem um senso de humor ácido, rápido e inteligente.

Michele, mais Carol, Martin e Eu rumamos para o Grajaú experimentar deliçuras no Bar do Adão e no Bar da Eva.


INDO

Acordei desejando que domingo passasse na TV um jogo tão bacana como foi o de sábado entre o Hull: invasão de campo, dois pênaltis nos últimos minutos e o time da casa (Hull City) terminando a partida sem saber se estava classificado.

Domingo tava fraco.

Me diverti com Portuguesa X Rio Claro na decisão da Série B do Campeonato Paulista. Mas o jogo começou cedo, antes do meio dia já tinha acabado.

Me contentei com Showbol até chegar a hora de sair de casa.

Saímos direto para Vila Isabel e de lá partimos para o Grajaú.

No caminho olhamos o "Novo Maracanã":




 


Ah que saudades do Maracanã....


Após passarmos em Vila Isabel, meu futuro bairro, eu e Carol fomos andando até o Grajaú.

Seria ótimo se não estivesse tão quente e não tivéssemos nos perdido no meio do caminho.

Mas deu tudo certo chegamos ao local combinado, mas com uma surpresa: o Bar da Eva estava fechado.

O que fazer?

Simples: comer um dos melhores pasteis da cidade e que alavancou a fama do Bar do Adão



 

Poderíamos ter ficado ali, caso não houvesse um sério problema: não havia TV.

Enquanto planejávamos para onde iríamos, o Bar da Eva começou a abrir e com TV.

Fomos para lá.

O Bar da Eva é um bar que poderíamos chamar de temático. E o tema é o futebol.

Tive várias inspirações para decoração do meu apartamento:






olha o pessoal lá no fundo.... por isso minha orelha coçava

 



tadinho do Baggio.....chora, chora

 

Eu quero!



E o mais importante, tinha TV




Todos prestando atenção no jogo:


E comendo:







O jogo acabou e com ele o campeonato carioca:



E para felicidade do Botafoguense:




ai ai......

que inveja....

Jogo acabado voltamos para o Bar do Adão já que havíamos comidos os sanduíches temáticos, mas precisávamos de alimentos com mais sustância. Mas antes, o banheiro:

Não gosto desse referência mundo rosa para fazer referência às mulheres...... não gosto de rosa e acho muito lugar comum

Camisa do time de o pelada Ajax do Aterro


Agora no Adão....
Notam que atrás da Michele sorri discretamente o Botafoguense
 Teve sobremesa
Muuuito bom.....
 Teve exageros....

Exageremos.....

 

Momentos de reflexão

Adorei o encontro, adorei a social, mas confesso que senti falta de um clima que lembrasse uma final de campeonato.

É possível que o fato de a final ter sido em Volta Redonda tenha dificultado que se criasse uma atmosfera de final aqui no Rio.

Por outro lado chama a tenção o fato de que o estádio em Volta Redonda não tenha lotado, apenas 15 mil pessoas assistiram à final.

Senti as ruas muito frias, com pouco movimento de torcedores. Domingo pouco lembrou uma final de campeonato.

Será que estamos enjoando do campeonato carioca?

Será que o campeonato carioca está caindo mesmo no descrédito?

Não sei.

Não são perguntas fáceis de responder porque são muitos aspectos a serem levados em consideração.

Mão me espanto muito com as médias de público de um modo gera, pois acho que culturalmente o brasileiro tem tendência de gostar de jogos decisivos. O que acho uma pena.

Porém o que pensar quando mesmo os jogos decisivos têm públicos tão reduzidos.

Mais uma vez não sei.

É necessário refletir sobre os caminhos do futebol no Brasil.

Seja como for parabéns ao Botafogo e seu título merecido.

Título que teve como personagem principal não Seedorf, mas Rafael Marques.

E é por isso que amo tanto futebol. Tudo nele muda, nada é fixo.

Quem diria que ele Rafael Marques, xingado pela torcida, espezinhado pela imprensa, faria o gol do título?

De vilão Rafael se tornou herói quase como um passe de mágica.

Por quanto tempo ele permanecerá no trono não sabemos, tudo dependerá da sua sorte e capacidade de fazer gols.

Por que tudo que queremos do futebol é gol e de preferência que seja do nosso time.

E quando o gol acontece, algo de muito louco ocorre em nossa memória e em nossa afetividade.

Aproveite Rafael, aproveite.