segunda-feira, 26 de maio de 2014

Final da Champions League: futebol no cinema



Sábado dia 24 de maio foi a final da Champions League entre Real Madri e Atlético de Madri.

Nesse mesmo dia Tigres do Brasil X Goytacaz se enfrentariam em Los larios em disputa válida pela semifinal da Taça Corcovado, série B, do Campeonato Carioca.

Minha pretensão inicial era ver Tigres X Goytacaz, mas olhando no mapa e lendo alguns comentários de torcedores a respeito da acessibilidade de Los Lários, me pareceu ser muito complicado chegar a esse estádio. Não tanto pela distância, afinal já fui a Campos ver jogo.

Mas pelo que li - e posso estar equivocada - o acesso a Los Lários é bastante dificultosa, sobretudo pelo fato de poucas conduções passarem pelo local. A única saída seria ir de carro, mas isso não me seria possível.

Por isso decidi ficar na minha.

Então pensei em assistir a Final da Champions em algum bar, que também não me interessou muito.

Sabia que Martin, iria assistir a esse jogo em um cinema. Então pensei que podia fazer o mesmo, sendo que o único problema era o tempo, pois pelo que havia lido sobre o assunto, muitas salas de cinema já estavam com sua lotação esgotada.

Com sorte consegui um dos últimos lugares em uma das salas de cinema.

Eu não vou a cinema há algum tempo porque o acho caro demais, porém como se tratava de uma experiência que não poderia repetir pelo menos durante um longo período, resolvi comprar as entradas.

As entradas aliás tinham preço próximo aos de um estádio e certamente eram mais caras que as pagas para se assistir a um filme.

Mais uma vez repito: fui  movida pela curiosidade de pesquisadora, sobretudo, de experimentar assistir a um jogo no cinema.


FUTEBOL NO CINEMA

A relação entre cinema e futebol se dá sobretudo no que diz respeito à produção fílmica sobre esse esporte. O cinema não é um espaço pensado para se assistir a uma partida de futebol, pelo menos nos dias de hoje.


Quando ele televisão ainda não havia sido inaugurada, o cinema chegou oferecer à população um modo de ter acesso às imagens das Copas do Mundo.No caso do Rio de Janeiro, na Copa de 1950, o Cineac Trianon exibiu trechos de jogos filmados

Cineac era uma sala de projeção, mas que se diferenciava dos cinemas no que diz respeito ao conteúdo exibido. Cineac era uma mistura de cinema e atualidade (“cinéma” e “actualités)

No Cineac Trianon, no Rio de Janeiro, costumava-se valorizar as chamadas “sessões passatempo”, nas quais se exibiam documentários curtos, desenhos animados, seriados etc.

 


Fonte: http://www.historiasdecinema.com/wp-content/uploads/2014/05/Captura-de-tela-2014-05-15-às-16.00.291.png
 

Fonte: http://www.historiasdecinema.com/2014/05/sessoes-passatempo-no-rio-de-janeiro-nos-anos-40-50/


Com alguns dias de atraso, em 1950, por exemplo, o Cineac Trianon passou filmes de alguns jogos da Copa realizada no Brasil.  No dia 07/07/1950 o Jornal dos Sports anunciou que as filmagens da Copa realizadas por Milton Rodrigues - irmão de Mário Filho - seriam exibidas no Cineac Trianon, localizado na Cinelândia, Rio de Janeiro.


Mas com a popularização da televisão que possibilitava a transmissão ao vivo,e sua evolução tecnológica  ela se transformou no mais importante veículo de comunicação para o futebol.


Para que possa transmitir uma partida de futebol também foram necessárias algumas transformações tecnológicas, sobretudo no que diz respeito à possibilidade de se exibir nas tela uma transmissão ao vivo.

No Brasil a Champions League foi exibida no cinema fazendo-se uso da tecnologia denominada de Cinelive, em parceria com o canal esportivo ESPN.


A final entre Real Madri x Atlético de Madri foi a quarta consecutiva usando-se as salas de cinema como local de projeção. No ano passado, segundo o Site da ESPN a transmissão para as salas de cinema foi um sucesso de público que lotaram - segundo os dados fornecidos pela emissora - as 52 salas de cinema espalhadas por 28 cidades do país, totalizando 10 mil espectadores.   


Em 2014, posso responder pelo cinema no qual assisti a final e posso dizer que de fato ele estava lotado.



FUTEBOL NO CINEMA: UMA EXPERIÊNCIA

Fui ao cinema ver a final da Champions League acompanhada do meu amigo Marcos, que vive me perguntando o que eu vou fazer em jogos tipo Olaria x Bangu, ou porque assisto jogos que segundo ele "não têm importância".

A exceção dos jogos do Vasco, dos jogos clássicos do futebol Inglês e da final da Champions League, Marcos considera irrelevante o restante dos jogos, sobretudo os que envolvem times que estão fora do circuito consagrado do futebol brasileiro.

Ele adora cinema e aceitou o convite para irmos ver à final da Champions.


Assisti à final em um cinema de Botafogo, onde também era exibida parte da programação do Cinefoot que é um festival de cinema sobre futebol (http://www.cinefoot.org/)


Já na entrada a taça do festival era exibida:

 
 
 
No hall havia um espaço destinado a jogos que tinham o futebol como tema e que chamou a atenção de adultos e crianças:



 

 



Foi bastante interessante e aconchegante esse clima de futebol que permeava o cinema, com essa mistura do público do festival e do público que ia assistir ao jogo

Especificamente no que diz respeito ao público que ia assistir ao jogo reinava um clima bastante diferente do que se costuma ver e sentir nos grandes clássicos.

Certamente essa calmaria se dava pelo fato de que o clássico em questão era Real Madri X Atlético de Madri, ambos times que atuam fora do Brasil.

Essa distância espacial dificulta alguns aspectos importantes ao engajamento emocional que caracteriza o que Arlei Damo chama de pertencimento clubístico que diferentemente do torcer simples pode ser compreendido como "uma modalidade de envolvimento intensa" (Do Dom à profissão. A formação de futebolistas no Brasil e na França, 2007, p.52)

Confesso que a experiência de assistir a uma final da Champions League em um cinema me pareceu estranha, especialmente por me ver cercada de pessoas com a camisa do Atlético de Madri (a grande minoria) e outras com a do Real Madri (a grande maioria) que pagaram cerca de R$ 50, 00 para assistirem a um jogo que envolvem times que muitos conhecem porque nos últimos anos se transformaram em objetos altamente midiáticos.

Times esses que têm em seu elenco jogadores que viraram celebridades mundiais muito próximas das estrelas de cinema.


Nesse aspecto a exibição da final da Champions em um cinema faz pleno sentido, pois há em muitos times a presença de celebridades mundiais que se assemelham em termos de fama e de investimento midiático, aos grandes astros de Cinema.

Mas pensando o futebol e especialmente na configuração de seus torcedores causa muito estranhamento assistir a uma partida de futebol - especificamente a uma final de campeonato que não envolve times brasileiros -  em um cinema.

Causa estranhamento e curiosidade para se entender o fenômeno.

Lembrei dos escritos de Richard Giullianotti no que diz respeito a mudanças no perfil do público torcedor nos últimos anos. Giullianotti usa a expressão "pós-torcedores" para denominar um tipo de público mais interessado em ver o futebol do que para torcer para algum clube. Nesse sentido, o pós-torcedor se assemelharia a um consumidor interessado em comodidade, segurança  para que possam assistir aos jogos.

O público presente no cinema contaram conforto, segurança e com ótimas condições técnicas para se assistir a partida. Afinal a tela de cinema e o sistema de sonorização são ótimos e de fato superam imensamente a televisão.

Tudo isso é compreensível, mesmo assim resta a pergunta: por que torcer - e torcer em um cinema - para um clube que está a milhares de quilômetros de distância e que não integra o cotidiano dos indivíduos pelo menos de modo parecido com o que ocorre com os times locais.


Nesse sentido é interessante pensar que o seja possível entender os espetadores presentes nos cinemas como torcedores sim, afinal torcer em seu sentido lato é algo que poder perpassar nosso dia a dia.

As novelas por exemplo, como já comentou Esther Hambúrguer - convoca ao ato de torcer por algum personagem.

Lembro que o beijo entre  Félix e Nico, personagens da novela Amor à vida foi recebido com gritos que lembravam ao de uma torcida após um gol.

Mas é difícil imaginarmos a possibilidade daquele forte engajamento emocional característico de um determinado segmento no "espectro do torcer" como afirma Arlei Damo em seu Do dom a Profissão (também importante é sua dissertação de mestrado "Para o que der e vier: o pertencimento clubístico no futebol brasileiro a partir do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e seus torcedores" (disponível em: http://www.laboep.uff.br/acervo/monografias-dissertacoes-teses/memoria-sociabilidade-e-identidade/102-para-o-que-der-e-vier)


Esse engajamento é dependente de uma espécie de "constrangimento" afinal a escolha de um clube pressupões uma adesão tomada como eterna e que pressupõe um sistema de pertenças que sugere, e até mesmo constrange, determinadas atitudes" (Do dom a Profissão, p.55)


Esse tipo de adesão engajada a um clube pressupõe um sistema de sociabilidade em que a proximidade geográfica é importante, especialmente se pensarmos, por exemplo,  a sociabilidade e a sociabilidade movida a relações jocosas, tão importantes para a fomentação de sentimentos de pertença a determinado clube.

Essas relações jocosas  imperam quando times como Vasco X Flamengo, Grêmio X Internacional, Atlético Mineiro X Cruzeiro, entre outros, se enfrentam.

Acho pouco provável que os torcedores brasileiros de Real, Atlético, Barcelona sejam alvo ou autores de provocações jocosas aos torcedores adversários. Aliás quais seriam esses torcedores adversários aqui no Brasil?


Sendo assim creio que o ato de torcer esteve presente na sala de cinema, porque o caráter agonístico do futebol e dos esportes de um modo geral convocam sentimentos desse tipo.

Porém, mais difícil é pensarmos em pertencimento clubístico.

Não ouvi manifestações efusivas do torcer, muito menos provocações ao adversário.

O máximo que ouvi foi um xingamento ao jogador Diego Costa, chamado de mercenário por algumas pessoas, após o gol do Real Madri.

Ouvi também muitos xingamentos homofóbicos em relação a Cristiano Ronaldo.

Ou seja muitas das atenções se voltavam para determinados jogadores e não exatamente aos times:
 
 

Enquanto espetáculo - o que é o caso da final de uma Champions League - o cinema caiu bem













 

O que pude perceber é o futebol espetacularizado - já presente na Televisão, diga-se de passagem - consumido em uma sala de cinema.
 
Como torcedora, não achei o cinema um espaço interessante para se assistir futebol e dificilmente se não fosse a Caravana, pagaria para ver um jogo sentada no escuro, com diversos empecilhos para ficar em pé, para gritar, para me mexer.
 
Aquela perspectiva do torcer participativo que envolve a performance corporal como lembra Roberto DaMatta: “Eu admiro com os olhos e vejo com a mente, mas, para torcer, sou obrigado a usar meu corpo: minhas mãos, minhas pernas, minha
boca e todo meu corpo” (2006: 113).  
 
Para esse tipo de torcer o cinema não é o local mais indicado.

É importante destacar um aspecto positivo, a possibilidade de comprar cerveja, algo vetado nos estádios brasileiros.



Alguns espectadores capricharam e levaram cerveja de casa



É possível também levar comida de casa. Martin, por exemplo, levou jiló. Se fosse num estádio....




Na saída os jogos do Cinefoot estavam lá nos esperando...




 

Enquanto experiência de pesquisadora, ficou a impressão de que há muito que ser estudado no que diz respeito à esfera torcedora, sobretudo essas novas configurações que vem sendo criadas e que permitem fenômenos como esse: sábado, 16h, e uma sala de cinema lotada para ver uma final entre times da Espanha.

domingo, 18 de maio de 2014

Caravana total: pesquisando futebol, assistindo futebol, comendo, bebendo...


Uma semana quase inteira de futebol.

Assisti a algumas mesas de apresentação de trabalho sobre futebol. Coordenei uma mesa sobre.... futebol.

E assisti a um jogo de .... futebol

Futebol, futebol e mais futebol.

Que semana incrível e deliciosa de ser vivida, ainda mais acompanha por amigos e apaixonados por futebol.

Sinto-me uma privilegiada.

A Caravana esteve presente no II Simpósio Internacional de Estudos Sobre Futebol. Expressões, Memórias, Resistências e Rivalidades, que durou de 13 a 16 de maio de 2014.




Esse evento reuniu diversos pesquisadores de diferentes áreas e que têm o futebol como objeto de pesquisa. Estudos relativos a questões de gênero, torcida, política, imprensa e outros aspectos foram apresentados em mesas coordenadas.

Eu apresentei um trabalho sobre a Caravana, nem tanto como pesquisa acadêmica propriamente dita, mas como experiência a qual desejava compartilhar com pesquisadores e plateia em geral.

Foi muito bacana a apresentação feita em uma mesa coordenada por Bernardo Buarque de Holanda, a quem admiro imensamente.

A recepção da apresentação foi muito boa, sobretudo, em termos de contatos para futuras Caravanas fora do Rio de Janeiro.

Minha mesa também contou com a participação de Cristal Aragão que falou da Torcida Loucos pelo Botafogo, sob a perspectiva da Psicologia Social.

Muito interessante tanto pela competência da pesquisadora e também pela perspectiva metodológica fundada em área que ainda tem muito a contribuir para os estudos sobre o futebol - e os esportes de um modo geral - que é a Psicologia.

De um modo geral, o evento foi ótimo e aguardamos o próximo daqui a 4 anos.

Ao longo do evento comi muito em lugares variados, passeei por São Paulo e obviamente não perdi a oportunidade de pela primeira vez assistir a um jogo no Pacaembu.


Chegando em São Paulo


Tenho um razoável medo de avião, mas tenho um razoável prazer em viajar nesse veículo.

Essa mistura de sentimentos lembra a experiência do torcer: mistura de medo e fascínio, sentimentos que como gangorra ficam balançado dentro da gente:



No primeiro dia fiquei trancada no hotel escrevendo.

Mas já no segundo, desabrochei e saí do casulo. Junto com Martin fui fazer  credenciamento para o evento que ocorreu no Museu do Futebol que naquele dia recebia uma caravana de crianças estudantes de escolas públicas:

O Museu fica no Estádio do Pacaembu que para minha sorte receberia um jogo da Copa do Brasil, Palmeiras X Sampaio Correia. Aproveitando a ocasião, comprei ingressos para evitar o desgaste de comprar na hora do jogo, já que no dia seguinte o Seminário ocorreria na USP.





Paguei meia-entrada, o que deu R$ 20, 00 (Promoção para quem tinha cartão de um determinado banco), pelo ingresso para as arquibancadas amarelas. Não achei caro o preço pensando que se tratava de um jogo decisivo da Copa do Brasil. E sobretudo pensando que se tratava de uma grande conquista para meu currículo futebolístico: assistir a um jogo no Pacaembu.


RUMO AOS BOTECOS

Lá nos encontramos com Enrico Spaggiari, também pesquisador, e antes de tudo grande conhecedor dos bares de São Paulo.


Enrico nos levou para conhecer o bar Português Tiro-Liro, localizado no bairro Perdizes, que concorreu ao Comida di Buteco












Também se comemora o vice-campeonato...

Enrico tentando fazer pose de intelectual.
Embora tenha um nome que remeta a raízes italianas, Enrico é Corintiano.




Barquinha Tiro Liro concorreu ao Comida di Buteco. Trata-se de uma massa recheada com camarão coberta com creme e gratinada




BAR SÃO CRISTÓVÃO

Após o Tiro Liro passamos em um bar quase que obrigatório para quem gosta de futebol: o Bar São Cristóvão, em referência ao time carioca, cujo dono é um Vascaíno.


Ahhh, bons tempos...




 







Foi só uma passadinha rápida, porque no dia seguinte pela manhã tinha apresentação de trabalho no Departamento de História da USP.


DIA DE SIMPÓSIO


Já na chegada a USP somos recepcionados por cartazes convocando para uma manifestação contra a Copa do Mundo.



A Copa se fazia tema presente também no Departamento de História, tanto por Conta do Seminário quanto pelos cartazes espalhados pelo prédio











Ao mesmo tempo tínhamos o Simpósio






O LUDENS

Tive a oportunidade de visitar  a sede do Ludens - Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas - um dos organizadores do Simpósio. O Ludens é um dos mais importantes núcleos de pesquisa sobre esporte e aos interessados vale a pena dar uma olhada no site: http://www.usp.br/ludens/

A sede física é muito bacana e com uma decoração invejável:
















 

AVENTURAS GASTRONÔMICAS

Após a apresentação no Seminário Eu, Martin e Renato, um flamenguista fanático que tem uma dissertação de mestrado sobre o Fluminense, fomos ao centro de São Paulo à procura de uma indicação do Enrico: um restaurante Nigeriano.

Não pensem que se trata de um lugar fino, só por se tratar de um restaurante especializado em comida estrangeira.

Também não se deixem enganar pela aparência simples do local. O Biyou'Z é um ótimo restaurante com pratos bem servidos e preços honestíssimos.

Um restaurante Nigeriano comandado por um Camaronês simpaticíssimo.












Esse foi o prato que mais gostei, o DG, bananas, cenoura e galinha





 O entorno do Restaurante, mistura uma arquitetura linda com prédios abandonados.


De lá fomos para mais uma parada do Simpósio, desta vez na FGV de São Paulo. Lá organizou-se uma mesa redonda objetivando criar uma rede de contatos entre pesquisadores de futebol:



De lá fomos direto para o Pacaembu


PALMEIRAS X SAMPAIO CORREA

Noite fria, muito fria em São Paulo. Cansados do longo dia juntamos nossas forças para irmos ao Pacaembu.

A Caravana foi grande. A ela se juntou nossos colegas Renato Lanna, com a camisa retrô do América e André, tricolor do Rio de Janeiro.




 Do lado de fora do Pacaembu são várias as vans e carros que ficam enfileirados com os porta-malas abertos devidamente iluminados





Essas vans e carros  vendem sanduíches especialmente o de peru, os Dogs (cachorro quente) e os de linguiça. Experimentei o famoso sanduíche de peru:









O entorno do Pacaembu é alto e lá de cima era possível ver a torcida se reunindo na Praça Charles Miller, em frente ao estádio:








Do lado de fora os preços eram mais baratos...




Achei ótima a presença da torcida do Sampaio no Pacaembu. Certamente alguns secadores estavam a eles unidos, mas ao que parece a grande maioria era formada pelo pessoal do Maranhão:




Mas obviamente que a maioria era de palmeirense


Embora sempre questionada, as torcidas organizadas gozam de certo prestígio entre os torcedores. Era grande o número de pessoas que queriam posar tendo como fundo a bandeira da Mancha Verde







Eu e Martin, sabíamos que não conseguiríamos assistir ao jogo todo, o que particularmente não gosto de fazer. Mas o jogo começou às 22h e precisávamos pegar o metrô para voltarmos pro hotel em que estávamos hospedados. O metrô, em São Paulo, fica aberto até às 00 h. E do Pacaembu até o metrô mais próximo (Estação Clínicas) há uma distância razoável.


Assistimos ao primeiro tempo que consistiu em muitos passes errados, muita bola chutada em direção às arquibancada, enfim .... coisas desse tipo.

Mesmo com o grande frio em São Paulo torcedores davam mostras de resistência e aproveitavam para mostrar sua forte ligação com o Palmeiras:



De fato o entorno estava mais interessante que o que acontecia em campo



O jogo no primeiro tempo dava sono:



 Esperamos o recomeço do segundo tempo e já aos 10 minutos decidimos ir embora antes que o metrô fechasse.

Na rua indo em direção ao metrô ouvimos os gritos do primeiro gol....

Jogos às 22h podem ser bons para assistir pela TV - eu pelo menos gosto - mas não são nada fáceis de serem vistos no estádio, a não ser que você tenha carro ou conte com uma carona amiga. Caso contrário é correr o risco de pagar por pouco mais da metade de um jogo.

Pelo rádio soube que o Palmeiras venceu por 3 x 0.

Os resultados à vezes enganam.

O primeiro tempo pelo menos dava a impressão de que o jogo terminaria 0 x 0.

Mas algo ocorreu no segundo tempo que não podemos dizer porque saímos logo no início.

Gostaria de ter ficado até o final.

Mas assistir um jogo  - ou parte de - no charmoso e histórico Pacaembu consistiu para mim em uma vitória, gosto parecido com que o deve ter sentido os jogadores do Sampaio que infelizmente costuma ter poucas chances de experimentarem jogar nas principais praças esportivas do país.

E é por isso que eu adoro a Copa do Brasil, por viabilizar essas experiências tanto aos times quanto aos torcedores.