terça-feira, 10 de setembro de 2013

Ainda bem que eu não era torcedora


Vida de pesquisadora e amante do futebol é assim, frequentamos jogos com os quais não necessariamente temos algum tipo de envolvimento emocional.

Ou seja frequentamos jogos, aliás muitos jogos, movidos a curiosidade e sobretudo pela vontade de conhecer mais e mais sobre os futebóis que compõem o complexo mosaico futebolístico do Brasil.

Isso nos dá a possibilidade de podermos observar os fenômenos com mais distanciamento que o torcedor, o que é fundamental a toda pesquisa e o que representa um grande aprendizado, pelo menos para mim.

Ontem no Maracanã, o fato de eu não torcer nem para o Fluminense e nem para o Bahia foi fundamental para que eu pudesse experimentar uma situação que se ocorresse em um jogo do Vasco, certamente me deixaria muito tensa.

Mas como não foi esse o caso, pude por livre e espontânea vontade optar por passar pela experiência de andar cerca de 20 minutos para imprimir um documento que eu havia esquecido de imprimir em casa, documento sem o qual eu não conseguiria resgatar meu ingresso comprado pela internet.

Fiz movida a curiosidade e também movida a indignação ao ver mais uma vez como a compra de ingresso ainda pode representar o momento mais complicado na vida de um torcedor.

Perdi quase o primeiro tempo todo.

Gastei energias andando.

Gastei dinheiro para imprimir o documento.

Ainda bem que eu não era torcedora, porque se o fosse o sofrimento seria dobrado.



Dando um rolé pelo Maracanã

Cheguei ao Maracanã por volta das 17h30min, cerca de uma hora antes do jogo.

O trânsito estava bom e as ruas tranquilas, até mesmo porque era sábado e mais que isso era feriado de 07 de setembro.

Os protestos que tomaram conta do centro da cidade pela manhã, não chegaram nem perto do Maracanã. 

Não vi esquema especial de policiamento voltado para algum possível protesto pelas redondezas do estádio. 

Creio que ao contrário do que ocorre em jogos da seleção, jogos que envolvem clubes locais de futebol não costumam ser palco de protestos.

E de fato Flu x Bahia cavalgou à margens dos protestos.

O que se podia ver era uma deliciosa tarde de outono no Rio de Janeiro com temperatura amena e um Maracanã que se preparava para receber mais um jogo

Ruas movimentadas:







Torcida sendo revistada pela polícia:




Uma social antes do jogo....


não... não é um fantasma. É foto mal tirada mesmo.






Vida de professor é assim, a chance de você encontrar um aluno por aí é gigantesca... até mesmo no Maracanã. E foi o que aconteceu comigo. Andando rumo à bilheteria 3 ouvi: oi professora!  E eis que me deparo com um aluno auxiliando na entrada de torcedores






E para que não esqueçamos: o Maracanã ainda está em obras. 










Parecia tudo tranquilo...

Ainda faltavam cerca de 40 minutos para o início do jogo e eu já estava chegando na bilheteria 3 para buscar meu ingresso

Mas....



A aventura do ingresso


Quinta-feira passada eu comprei o ingresso pela internet.

Tudo muito tranquilo e para espanto meu o ingresso estava barato. 

Os ingressos para arquibancada comum  custavam R$20,00 !!!!!!


Preço dos Ingressos:
  • Arquibancada Sul – acessos “B” e “C”: R$ 20,00 (meia-entrada R$ 10,00) Fluminense
  • Premium Clube Leste – acesso “D”: R$ 40,00 (meia-entrada R$ 20,00) Fluminense
  • Premium Oeste – acesso “B”: R$120,00 (meia-entrada R$ 60,00) Fluminense
  • Arquibancada Norte só abrirá após o Setor Sul esgotar – acesso “F”: R$ 20,00 (meia-entrada R$ 10,00)Fluminense
  • Arquibancada Norte – acesso “E” - R$ 20,00 (meia-entrada R$ 10,00) – Bahia
(Fonte: http://www.fimdejogo.com.br/blog/2013/09/04/venda-de-ingressos-fluminense-x-bahia-precos-promocionais/)

Esse preço promocional foi uma iniciativa do Fluminense que se encontrava em momento delicado no campeonato brasileiro.

Deu certo a iniciativa, porque a presença de público foi muito boa. Cerca de 28 mil pessoas estiveram presentes ao Maracanã


Cheguei ao estádio com cerca de uma hora de antecedência e o que pude ver foi a forte movimentação de torcedores, assim como a presença de filas para a compra de ingressos










Passei por toda essa fila com uma sensação de alívio, afinal eu já havia comprado o ingresso e bastava retirá-lo.

Não entendo ainda a necessidade de se retirar ingresso comprado na internet, acho um contrassenso tremendo.

Mas enfim, mesmo que não seja o ideal, as filas para a retirada de compra on line são menores do que essa aí em cima

Por isso, ao passar pelas filas que rodeavam o Maracanã me sentia aliviada.



Ao chegar à bilheteria 3, local onde podíamos buscar nossos ingressos, fiquei feliz ao ver que estava vazia.





Não sabia o que me aguardava...


Ao abrir minha carteira lembrei que havia esquecido de imprimir um documento referente à compra do ingresso.

Pensei: "acesso o site pelo meu celular e mostro o número do pedido" ou "eles devem ter como imprimir o pedido na própria bilheteria"

Nem uma coisa nem outra. O que ouvi da moça que me atendeu é que era obrigatório que eu apresentasse o documento impresso pois precisa assiná-lo, portanto não adiantava mostrar o pedido pela tela do meu celular.

E minha taxa de conveniência para que servia?

Para nada....

De fato, uma das cláusulas do pedido afirmava que:


"É OBRIGATÓRIO apresentar este Resumo do Pedido (Comprovante da compra) nos locais INDICADOS ABAIXO para efetuar a troca pelo ingresso."




Dei mole...

Por outro lado, mais uma vez me pergunto, como pode em pleno século XIX nós ainda ficarmos presos a papeis, especialmente em se tratando de uma venda de ingresso pela internet. 

Recebi então dois conselhos da moça:

1. reclamar junto à instituição que cuida da venda de ingressos

2. Imprimir o documento no shopping 

Eu disse: "No shopping?"

Ela disse: "sim, o shopping é logo ali"

Minha primeira reação foi desistir.


Estava cansada... havia dormido mal no dia anterior... não era meu time

ooops! não era meu time!

Oportunidade ideal para experimentar a saga de alguém que há minutos de começar uma partida de futebol recebe a notícia de que para entrar no estádio precisa "ir ali, no shopping" e imprimir o pedido de ingresso, o que podia ter feito em casa, mas esqueceu.

Topei!

Fui andando para o shopping, que NÃO é tão pertinho assim do Maracanã:





São cerca de 15 minutos andando

Isso sem falar no tempo que gastei dentro do shopping até encontrar algum lugar que fizesse impressão

Confesso que fiz uma comprinha para desestressar...

Depois foram mais 15 minutos de volta.

Do lado de fora o Maracanã estava vazio, com apenas alguns retardatários que corriam contra o tempo





Finalmente, entrei.... 

Entrei por essas catracas que fazem lembrar o antigo Maracanã




Tudo estava bem vazio...



Fui subindo as rampas até chegar às arquibancadas. 

Arquibancadas que estavam lotadas






As arquibancadas estavam coloridas e cheias de bandeiras





O setor premium famoso pelos altos preços de ingresso recebeu razoável público. Esse setor também teve ingressos vendidos a preços mais baratos: R$ 120,00

Barato?

Não... Ainda muito caro





O estádio até que poderia encher mais, entretanto o outro setor do Maracanã foi todo destinado a torcida do Bahia que ficou concentrada em uma pedacinho do Maracanã





Enquanto isso do lado esquerdo desse setor, sobrava espaço....




Já na parte da torcida do Flu quase não havia espaço...








Até mesmo os Stwards se cansam.....




Vi pouquíssimo do jogo, pois cheguei atrasada



Nem o gol eu vi direito... 

Apenas senti a comemoração da torcida






Pouco antes do final do jogo fui embora e dei um outro rolé, desta vez dentro do Maracanã:




Como se pode ver o cachorro quente baixou de preço e de R$ 7,0 foi para R$6,00!  

Tudo muito caro ainda




Fiz uma breve visita ao banheiro que estava limpo e com papel



E com direito a aviso bilíngue  



Seguindo a sinalização...



Seguindo o pessoal que auxilia na organização da entrada da torcida




O que ficou da aventura da Caravana foi a sensação de cansaço e de alívio.

Cansaço pela ida e retorno do Shopping

 Alívio porque ainda bem que eu não era torcedora, porque se eu o fosse essa experiência seria infinitamente mais desgastante e revoltante também. Isso sem falar no fato de que eu teria perdido o primeiro tempo inteiro do jogo, o que me deixaria muito irritada. 

Como pesquisadora pude experimentar com certa tranquilidade as consequências de um esquecimento.

Consequências que poderiam ser minimizadas caso  houvesse um sistema de venda que de fato nos possibilitasse todas as vantagens do mundo tecnológico do século XXI

O que me consolava era que sabia que no dia seguinte eu iria retornar ao estádio Leônidas da Silva para ver Bonsucesso e América

E o que me consolava era saber que dali do Maracanã, iríamos a um bar, comer, beber e conversar sobre futebol e outras coisas.

Fomos para o Bar da Gema, um local que há tempos queríamos ir e que fica razoavelmente próximo ao Maracanã, sendo possível chagar a pé:




Até que tentamos chegar a pé, mas movidos pela preguiça pegamos um táxi no meio do caminho e em dois minutos estávamos lá:

Curtindo o ambiente:




Saboreando caipvodkas 


Saboreando os petiscos mais famosos da casa, como por exemplo o Fondue da Gema composto por creme de milharina com maionese, milho branco acompanhada com linguiça de porco e costelinha:



Também é possível comer um bolinho de vagem:




E ainda temos o atoleiro carioca que nada mais é do que: Peito de boi, linguiça e aipim atolados em um pesto de agrião!








Graças a Deus na telinha sempre rola um futebol....





Enquanto comíamos testava meu inglês com nosso convidado Australiano que veio ao Brasil desenvolver pesquisa sobre futebol.

Mais um para a turma:





Com boa companhia, boa comida e boa bebida assim a noite foi dando tchau e a Caravana também


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