Todos que me
conhecem sabem da minha louca obsessão pelo Vasco da Gama. Todos sabem, pois
sempre que possível faço questão de demonstrar esse sentimento que me acompanha
para onde quer que eu vá.
Na verdade
tenho a impressão de que muitos não acreditam que eu, professora universitária
e com certo estilo nerd de ser, tenha uma relação tão próxima com um esporte
tão popular e tão “masculino”.
Diversos podem
ser os efeitos do futebol sobre nossas cabeças, indo desde a indiferença até as
mais intensas e perturbadoras sensações. No que diz respeito a mim, esse
esporte é uma espécie de varinha de condão que consegue operar importantes
transformações.
Lembram-se da
hiena Hardy Har Har. Sou eu!
Exceto se o futebol me convoca.
Exceto se o futebol me convoca.
A má vontade e a preguiça não costumam me segurar quando o assunto é futebol - especialmente, quando se trata do Vasco da Gama. Inevitável repetir.
Começamos
sábado passado. E assim seguiremos ao longo do ano.
Ora, ora, embora
óbvio, vou responder.
Há muito que
ser feito nesses jogos:
1. Ver
futebol
2. Prestigiar
estádios e clubes que fazem parte da história do futebol (sou pesquisadora, não
esqueçam)
3. Fugir
um pouco da mesmice do futebol glamouroso
4. Acompanhar
meu amigo, alemão, Martin
5. Conhecer
um pouco mais do Rio de Janeiro (espero futuramente conhecer outras partes do
Brasil)
6. Fazer
orgias gastronômicas após os jogos, em algum bar interessante e simpático.
Essa atividade fascinante não é fácil. Envolve deslocamento
espacial, portanto tempo, o que quase sempre falta. Requer também dinheiro que
é igual a tempo, quase sempre falta.
Entretanto, é muito prazerosa. Por isso aperto aqui e aperto
ali, para no final tudo dar certo.
Mas falando mais sério ainda, essas visitas também são motivadas
pelo desânimo que sinto em ver times como Olaria, Madureira, Bonsucesso, São Cristóvão
tão abandonados e esquecidos.
Esses times são parte da história do futebol brasileiro e no
momento em que esse futebol tem entrado em um perigoso caminho, cada vez mais sinto
vontade de me aproximar ainda mais dos chamados pequenos, especialmente os do
Rio de Janeiro.
Muitos desses chamados pequenos fazem parte não apenas da minha, mas da memória efetiva de diversas pessoas.
Não tenho nenhum tipo de ideal nostálgico, ao estilo “antigamente era melhor”. Seria simplista demais dizer isso, além de equivocado.
Posso sim acreditar que o futuro pode ser melhor. No que se
refere ao futebol brasileiro, espero que esse futuro não seja um cenário onde
poucos times conseguem parcerias milionárias permitindo-lhes a formação de equipes
com os quais dificilmente se pode concorrer com razoável nível de igualdade.
Não gostaria de ver o futebol brasileiro como é o Espanhol em
que Barcelona e Real Madri há anos se revezam no 1º lugar do campeonato.
Nesse contexto mercadorizado pode-se sim
construir um espaço mais democrático, sem disparidades tão grandes como as que
vemos hoje em dia.
Sendo assim pensar nos “pequenos” não significa a tentativa de glorificá-los
apenas ou agir como uma espécie de turista que se compraz em lançar um olhar que
busca o exótico.
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